Desde a antiguidade, uma família havia sido originada em Hamburgo; sua base de crença era grega, da qual tradicionalmente cultuava fielmente o deus Hélio como a representação viva do Sol, aquele do qual trazia abundância para a colheita ao permitir que seus raios aquecessem a terra para cultivo. (mesmo após este perder seu cargo).
Em meio à tudo isso, uma velha senhora foi reconhecida como anciã do templo do qual cultuava Hélio, até que em certo dia a mesma foi visitada pelo próprio deus que reconhecendo a fé daquele povo e lhes concedeu uma "bênção". Como troca, à cada 7 gerações; uma mulher daquela família era escolhida para conceber e dar a luz à um semideus que herdaria os poderes do deus, este do qual havia perdido seu título e trono após o ascensão de Apolo.
E foi assim, a anciã acompanhava de perto o nascimento desses semideuses e cuidava destes para prepará-los para as futuras batalhas. Mas nem sempre tudo ocorreu como planejado; a maioria dos semideuses nascidos renegavam seus poderes, morriam ao decorrer da vida ou simplesmente se recusavam à assumir a responsabilidade dada à eles. Isso pouco-a-pouco foi entristecendo Hélio que parecia se afastar cada vez mais daquela família.

Até que a anciã através de sua bênção fez uma única previsão que determinaria todo o destino daquela família; Uma criança nasceria em um tempo onde aquela tradição seria completamente esquecida, seu destino era elevar o nome de Hélio e da família; de maneira que fossem reconhecidos verdadeiramente para proclamar a honra do Sol. Aquela criança assumiria a responsabilidade dada, e estava destinada à grandeza. Era isso, era tudo ou nada e foi o último contato da anciã velha e sábia com o deus.

O tempo passou, as crenças junto do tradicionalismo foram finalmente deixadas de lado e a família se separou; dividindo-se em diversos lugares ao redor do mundo. Tudo havia se modernizado, porém a anciã permanecia em Hamburgo preservando a última mulher capaz de conceber do deus, seu nome era Ísis e desde o princípio a vida havia sido injusta para com ela; necessitando da anciã; a senhora Hellen.
Ísis era casada com um homem admirável, um médico renomado e muito respeitado em Hamburgo; mas seu casamento era uma verdadeira catástrofe. Insatisfeita com isto, buscou por prazeres alheios até que entrou em contato com um homem loiro que lhe era extremamente atraente. Por uma noite, sentiu-se a mulher mais amada daquela cidade; mas logo tornou à recair sob a realidade pois no outro dia, aquele homem maravilhoso haveria desaparecido por completo. A saúde de Ísis não era uma das melhores, frágil como vidro da qual logo condenou a gravidez arriscada, estando claro para ela desde o início que poderia perder não somente seu filho mas também sua própria vida.
O tempo passou, e na manhã de 17 de julho; uma criança nasceu destinada à carregar o fardo que lhe haveria sido concedido; a honra de seu pai. Era a criança da profecia, de fios dourados, olhos azulados e brilhantes como o céu que proporcionava espaço ao Sol. No dia de seu nascimento, Hélio se revelou à Ísis daquela mesma maneira, mas dessa vez, contou-lhe toda a história que cercava o nascimento daquela garota da qual a mãe depositou sua fé. Ísis sentiu-se extremamente feliz, mas mal sabia ela que aquele seria seu último dia de vida. O nome escolhido simbolizava a força da família; dado por Hélio em homenagem à uma outra semideusa que outrora poderia proporcionar à Zahara o espelhamento para permanecer naquele caminho incerto; Aurora, que significava "nascer do sol".
O sobrenome de sua família nunca foi de fato revelado à pobre garota que ao nascer foi renegada pelo marido de Ísis; posteriormente Hélio descontente com o desprezo para com sua criança da profecia; deu-lhe outro nome simbolicamente ligado ao Sol. "Zahara" que significava "aquela que irradia luz".

Misteriosamente Ísis faleceu na noite de 17 de julho, deixando a garota aos cuidados da anciã da qual nunca revelou sua origem e o padrasto malfeitor.