Em uma noite no qual o sol sequer brilhou o suficiente para iluminar o mundo, Vanessa e Mike estavam prestes a receber sua primogênita. O parto durou horas, e quando finalmente o médico conseguiu terminar a cesária, o corpo prematuro logo avisou que não demoraria muito naquele plano. [...] Enquanto esperavam por um milagre, a existência da ruiva sempre esteve atrelada ao país no qual nascera, e novamente ela voltou ao plano terreno. Tio Sam era o seu novo pai, e talvez isso fosse um modo de brincar com seu destino por conta de seus pecados passados, transformando-a em uma semideusa, e não apenas em um acordo sem livre arbítrio. A própria divindade segurou o corpo flamejante da pequena e decidiu lhe dar uma vida com as mesmas almas que um dia, foram seus pais.. isso mesmo, as almas de Vanessa e de Mike lhe seguiam em qualquer uma de suas vidas, sempre reencarnando juntos. E nessa vida, não seria diferente. Tio Sam trocou a menina com a primogênita prematura, dando uma nova chance para o casal que perderia de qualquer jeito sua filha. Cresceu com saúde e vida, porém com um ódio incandescente: sua irritabilidade era facilmente vista, principalmente nos atritos frequentes que tinha com sua mãe. Em uma de suas diversas brigas, a garota não conseguiu conter seus poderes enquanto pensava na situação que lhe enfureceu; quase como se as chamas tivessem vida própria, se alastraram de sua cama em direção ao quarto de seus pais, queimando parcialmente o braço de Vanessa. Não, não foi proposital. Quando tomou conta de si, recobrando a consciência, fez com que o fogo se apagasse, notando o que havia acontecido. Ficou semanas dormindo em um galpão abandonado próximo de sua casa, até completar dezoito anos e estar preparada para morar sozinha, claro, frequentando uma unidade. Contudo, pôde fazer um mochilão por diversos países, e no Alasca aconteceu o improvável: O inverno estava mais rigoroso do que o comum, o que o destino tanto aguardava para ela? A ruiva estava com fome, e não havia nenhum sinal de vida na estrada há quilômetros de distância da cidade mais próxima, e como se não bastasse, estava longe demais de onde se hospedara. Precisava comer, e com tanta neve ao menos conseguiria chegar na cidade mais próxima. Em meio a caçada, acabou pisando em um buraco, provavelmente produzido por algum caçador experiente. Antes de desabar colina a baixo, seu corpo flutuou por um calor produzido por si própria, manifestando novamente os seus poderes divinos. Avistou um homem distante de si, mas percebeu que era alguém que estava ali para lhe ajudar. O estranho também lhe mostrou até onde conseguiu ver: seu poder era antigo, ancestral, porém ao mesmo tempo de algo novo. A ofereceu abrigo e o mais importante: ajuda com os seus próprios poderes. Viajaram para diversos países juntos, conquistando um grau ainda maior de intimidade: a amizade. Ele estava só, e ela precisava de companhia. Havia ficado muito longe sozinha, dormindo em meio ao frio e aos insetos. Ele a cuidara como uma irmã, e ela o reconhecia como um melhor amigo. Pelo menos ele havia sido o primeiro que ela o chamara de algo. Conheceram Roma juntos, e a parte mais difícil: procuraram sobre o passado dele por meses. Tentaram ao máximo encontrar pistas sobre o seu pai, mas nunca encontraram nada muito importante. Em suas poucas conversas com ele, aprendeu sobre os acampamentos (hoje chamados de Estados) e assim, ao término de sua viagem, ele precisava resolver-se consigo mesmo, com seus próprios demônios. Enquanto ela, nova neste meio, precisava saber mais sobre sua própria mitologia —- e ele não poderia lhe ajudar nisso. Então separaram os seus caminhos, partindo em direção ao Acampamento Americano - atualmente chamado de Pandemônio, após a união do Americano e Demoníaco -, avisando aos seus “pais” que havia escolhido uma faculdade do outro lado do globo. Conheceu diversas pessoas, algumas estavam atualmente em sua vida para somar, enquanto outras apareceram apenas para lhe ensinar algo novo — pelo menos era assim que os via. Agora estava mais confiante, amando-se muito mais do que antes. Estava passando mais tempo se conhecendo, e agora, fazendo amigos por todos os Estados de Supernova. Com os que já fizeram parte de sua vida, e agora não, Mad guarda seus nomes com carinho em seu coração, afinal, um lhe ensinou o amor insaciável, outro a paciência e a forma que lida com a dor. Ela amou e se doou por inteira, e também perdeu e se perdeu. Apesar disso, isso não era algo ruim, pois conseguiu algo que não se aprende. Atualmente é uma seguidora de Frigga, após sentir que necessitava de mais poder.